Os munícipes de Santo Amaro da Purificação foram agraciados, na Assembleia Legislativa, com moção de congratulações, apresentada pelo deputado Mario Negromonte Júnior (PP), para homenagear os 124 anos de comemoração do Bembé do Mercado. O bembé, sinônimo de candomblé na região, é uma palavra que em nagô significa "bater tambor" e, segundo o parlamentar, é uma das mais genuínas expressões públicas de reconhecimento e afirmação da negritude no Brasil, porque forma o único candomblé de rua do mundo, realizado desde quando era proibido por lei bater tambor para os orixás.
Conforme relata Negromonte, a origem do Bembé do Mercado teve início no dia 13 de maio de 1888, quando João de Obá, escravo de origem malê e pai de santo, armou um caramanchão na área da Ponte do Xeréu, em Santo Amaro, e bateu ali o seu bembé para agradecer a liberdade dos negros. No ano seguinte, os libertos da cidade resolveram festejar a abolição em praça pública e levaram para as ruas as cerimônias antes restritas às senzalas, mesmo contra a vontade dos barões da época que usaram força policial para impedi-los. Pela tradição santo-amarense, nesse tempo, só em apenas dois anos não se realizou o bembé.
"Um dos motivos que me levam a apresentar esta homenagem é o reconhecimento ao povo de Santo Amaro, esse município de inestimável valor histórico e cultural, terra de gente trabalhadora, que compõe a região do Recôncavo baiano", declarou Mário. A celebração em comemoração ao Bembé do Mercado, neste ano, incorpora também manifestações de capoeira, maculelê, samba de roda, coça coça, nego fugido e homenagens ao artista plástico e museólogo santo--amarense Emanuel Araújo, diretor do Museu Afro-Brasileiro, e à sambista Edith do Prato, falecida em 2009.
Fonte: Diário Oficial da Bahia
